Configuração de Linha de Base (Baseline)

Documento de Implementação: Configuração de Linha de Base (Baseline)

 Objetivo

Este documento serve como um guia para pequenas e médias empresas (PMEs) implementarem uma configuração de linha de base (baseline) segura para seus sistemas. Uma imagem de linha de base é um modelo padronizado e pré-configurado de um sistema operacional que garante que todos os computadores, laptops e servidores da organização tenham o mesmo nível de segurança e eficiência desde o primeiro dia.

 Por que uma Linha de Base é Essencial?

 Redução de Riscos: Ao remover softwares desnecessários e aplicar configurações de segurança rigorosas, você diminui drasticamente a superfície de ataque da sua rede.

 Consistência: Garante que todos os dispositivos sigam as mesmas políticas de segurança, evitando "ilhas" de vulnerabilidade.

 Eficiência: Acelera o processo de configuração de novos dispositivos e facilita a manutenção e auditoria.

 Conformidade: Ajuda a atender requisitos regulatórios e de segurança.

 Fases da Implementação

  Fase 1: Planejamento e Definição

Antes de iniciar a criação da imagem, a equipe de TI deve definir o que a linha de base incluirá.

1.  Definir o Escopo: Identifique quais tipos de sistemas (e.g., desktops Windows 10, servidores Ubuntu, laptops) serão padronizados com uma imagem de linha de base.

2.  Estabelecer Políticas de Segurança: Determine as configurações de segurança obrigatórias. Recomenda-se usar padrões da indústria, como as CIS Benchmarks (Center for Internet Security), que oferecem listas de verificação detalhadas para diversos sistemas operacionais. As políticas devem incluir:

     Requisitos de senha (complexidade, validade).

     Serviços e protocolos que devem ser desativados (e.g., Telnet, FTP).

     Regras de firewall padrão.

     Controle de acesso de usuário (modelo de menor privilégio).

3.  Selecionar a Máquina de Referência: Escolha um computador limpo e recém-instalado para servir como o "modelo dourado" a partir do qual a imagem será construída.

 Fase 2: Implementação Técnica (Construção da Imagem)

Nesta fase, você irá aplicar as políticas de segurança definidas na Fase 1 na máquina de referência.

1.  Instalação Limpa do OS: Comece com uma instalação nova e limpa do sistema operacional. Não instale nada além do básico.

2.  Instalação de Software Essencial: Instale apenas os aplicativos e ferramentas de software que são estritamente necessários para a operação. Evite qualquer software que não seja usado.

3.  Remoção de Software e Serviços Desnecessários: Desinstale bloatware (software pré-instalado), aplicativos padrão e serviços que não serão usados. Por exemplo, desative o Windows Services ou remova pacotes de software extras do Linux.

4.  Configuração de Segurança: Aplique as políticas de segurança definidas. Isso inclui:

     Configurar o firewall para bloquear todas as portas de entrada, exceto as necessárias.

     Habilitar o registro de eventos de segurança (logging).

     Definir políticas de bloqueio de conta após tentativas de login falhas.

     Instalar um software antivírus/antimalware e garantir que ele esteja configurado para atualizações automáticas.

5.  Aplicação de Patches: Certifique-se de que o sistema operacional e todos os softwares instalados estejam totalmente atualizados com os patches de segurança mais recentes.

 Fase 3: Teste e Validação

Antes de implantar a linha de base para todos os dispositivos, é crucial validar sua segurança e funcionalidade.

1.  Auditoria de Segurança: Use uma ferramenta de auditoria automatizada (como o Lynis ou OpenSCAP) para escanear a máquina de referência e verificar se todas as políticas de hardening foram aplicadas corretamente.

2.  Teste de Funcionalidade: Confirme se a máquina ainda permite que os usuários realizem suas tarefas diárias sem problemas.

3.  Documentação: Registre todas as configurações, softwares e procedimentos usados para criar a imagem.

 Fase 4: Implantação e Manutenção

1.  Criação da Imagem: Use ferramentas como Sysprep (para Windows), Clonezilla ou a funcionalidade de snapshot de sua plataforma de virtualização para criar uma imagem reutilizável da máquina de referência.

2.  Implantação: Distribua a imagem de linha de base para todos os novos dispositivos e, idealmente, para os dispositivos existentes.

3.  Manutenção Contínua: Uma linha de base não é um processo único. É uma prática contínua. Revise e atualize sua imagem de linha de base trimestralmente ou após a descoberta de novas vulnerabilidades críticas, garantindo que ela sempre reflita as melhores práticas de segurança.

(Ver tabela no final da página: Lista de Verificação de Implementação (Checklist))

A criação de scripts para automação da linha de base é uma prática excelente para garantir a segurança e a consistência em pequenas e médias empresas.

Abaixo, você encontrará dois scripts editáveis e detalhadamente comentados, um para o Windows (usando PowerShell) e outro para o Ubuntu (usando Bash), para instalar e desinstalar componentes de uma configuração de linha de base.

1. Script de Configuração de Linha de Base para Windows (PowerShell)

Este script PowerShell é projetado para ser executado com privilégios de administrador. Ele automatiza as tarefas de hardening comuns, como a configuração do firewall, a remoção de bloatware e a ativação de logging.

Instalação: Execute a função Install-WindowsBaseline.

Desinstalação: Execute a função Uninstall-WindowsBaseline para reverter as mudanças.

2. Script de Configuração de Linha de Base para Ubuntu (Bash)

Este script Bash automatiza o hardening em sistemas Ubuntu, instalando e configurando ferramentas como UFW e Fail2ban, além de desabilitar serviços inseguros.

Instalação: Execute a função install_baseline.

Desinstalação: Execute a função uninstall_baseline para reverter as mudanças.

Dica: 

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